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segunda-feira, 15 de março de 2010

Igreja e merda de porco

Há uns tempos assisti a uma reunião de preparação para o baptismo na Igreja cá do burgo e, eu que até ia algo apreensivo devido às minhas duvidas sobre as condições para poder dormir confortavelmente durante a reunião, fui agradavelmente surpreendido por um maravilhoso espectáculo de stand-up comedy dedicado à igreja católica. Pelo menos na minha cabeça, o cérebro não parou de rir tal foi a quantidade de alarvidades proferidas durante aquela hora de suposta sesta.

Desde um rabetão que se babava cada vez que o padre falava, a uma mãe que queria baptizar o filho com água do Jordão...houve de tudo um pouco. Quando a mãe perguntou se podia baptizar a criança com água do Jordão, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: "O Jordão do Sporting tem uma empresa de águas? Será que ela está a fazer confusão com o Sousa Sintra?". Mas parece que estava certa! De imediato esclareceu que alguém lhe ofereceu água abençoada recolhida no rio Jordão.

Nesse momento mais uma questão abordou a parte do meu cérebro que estava acordada: "Será que posso baptizar a minha filha com água das pedras limão chá verde?". Acabei por não perguntar porque o padre disse que até com água da torneira se podem baptizar as crianças.

Ufa! Fiquei muito mais descansado! Já estava a pensar ir ao Vaticano apanhar um cagalhão do Ratzinger para esfregar na cabeça da minha filha, durante a cerimónia do baptizado, para que ela ficasse abençoada e, afinal, até com água da torneira (que nem para lavar os tomates serve) se pode concretizar a inscrição para o alojamento no paraíso.

Ainda bem que me apressei a tratar do baptizado porque com a quantidade de gente que anda por aí a morrer, daqui a uns tempos vai ser mais difícil encontrar uma vaga no paraíso do que um gajo que ainda não tenha comido a Elsa Raposo.

Bem, mas a reunião lá continuou com a parte das oferendas em que se esclareceu que ninguém é obrigado a dar nada, apesar da igreja ter muitas despesas entre elas "a limpeza do edifício que custa para cima de duzentos contos em moeda antiga", afirmou o padre enquanto o rabetão se babava com mais uma erecção causada pela forma ameaçadora com que o padre dizia que ninguém era obrigado a dar dinheiro.
Lá continuou o padre a falar da vida e da morte e a perguntar se havia duvidas, até que se saiu com esta: "eu não acredito que a vida termine na morte porque seria uma estupidez que Deus tivesse feito o homem para esse fim!", exclamou o padre.

Huga-se! (foi o que me veio à cabeça porque na igreja não se pode sequer pensar em foda-se e como sou muito católico, cumpro). Este gajo arrisca bastante! A acreditar desta maneira deve ter sido enrabado no seminário por um padre que lhe disse que enfiar pirocas no rabo dava entrada directa no paraíso. Já ouvi dizer que, para os rabetões, empurrar o cócó para dentro leva-os ao paraíso, mas daí até haver vida para além da morte vai um grande diferença! Nheda-se!

Mas o momento alto da noite só chegou quando nos informaram que qualquer pessoa pode baptizar, desde que seja em situações de risco de vida ou perigo de morte e que é obrigação de todos nós baptizarmos as pessoas nessas circunstâncias para que possam fazer o check-in no paraíso.

Significa isto que, se alguém que vai a circular na estrada se deparar com um acidente em que o acidentado pode morrer, o mais importante para a igreja não é tentar salvar a vida do desgraçado, mas perguntar se ele é baptizado e, se não for, deve fazer-se o sinal da cruz na cabeça e dizer: eu te baptizo em nome do pai, do filho e do espírito santo.

Abordar uma pessoa que pode morrer e perguntar se é baptizado ao invés de chamar os bombeiros, a policia ou tentar salvar a vida ao desgraçado até compreendo, mas não percebi o que é que o Ricardo Salgado tem a ver com o pai, o filho e os baptizados. Cheira-me a trafulhice!

Enfim, vocês devem estar a perguntar porque razão vou baptizar a minha filha se estou aqui com esta conversa? Pois é! É muito simples meus caros (dois) leitores! Baptizando a minha filha posso juntar a malta, fazer uma festa e matar um porco. E tudo em nome do senhor!

Eu até era contra a morte dos animais mas, como o padre disse que a morte é o caminho para o paraíso, resolvi matar o porco para que ele vá para o paraíso onde pode estar descansadinho a cortejar a Eva sem merda até aos presuntos.

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