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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Portugal - Um país de humoristas ou um acidente de percurso

Agora que tenho passado os dias deitado a ver televisão, só porque me apetece, é que me tenho apercebido que, ao contrário do que se diz por aí sobre as instituições formais portuguesas, todas elas dão guarida a grandes humoristas.

Acabei de ver o Director do Colégio Militar, o senhor Major General Gonçalves Passos (bate a pala se faz favor), afirmar que os espancamentos que ocorreram no Colégio Militar entre 2006 e 2008, foram um acidente, tal qual acontece nos acidentes rodoviários. Que grande gargalhada mental eu dei ao ouvir isto!

Quer então dizer o senhor Major General (bate a pala pá!) que um grupo de adolescentes provocou danos neurológicos permanentes em crianças de 10 anos, porque vinham em excesso de velocidade, alcoolizados, a falar ao telemóvel, o piso estava molhado ou a visibilidade era nula?

Já estou a imaginar um miúdo de 16 anos "ferrar" uma biqueirada com aquelas botas militares fofinhas, na cabeça de uma criança de 10 anos só porque o piso estava molhado.

Imagino também os acidentes em cadeia, em que um veiculo pesado de 16 anos, por falta de visibilidade, leva à frente, à base de punhada, soco e pontapé todas as viaturas ligeiras de 10 anos que se atravessem no seu caminho.

A imagem que se segue vem mesmo a propósito.


Foda-se! Caralho! Puta que o pariu! Mas que merda é esta caralho? Existe alguém em Portugal que acredita que os "acidentes" a que o paneleiro do major (bato a pala é o caralho, óh cabrão de merda!) se referiu, aconteram apenas entre 2006 e 2008?

Eu próprio fui prestar provas aos 9 anos para ingressar no Colégio Militar, diga-se, às quais passei com distinção (em pose de cagão), só porque o meu Pai achava que eu era um pouco "desinquieto" e que no Colégio Militar, quer os colegas, quer os docentes tratariam de me por na ordem "chegando-me a roupa ao pêlo".

Infelizmente não tive oportunidade de aos nove anos partir as fuças aos Meninos da Luz de 16 anos que me abordassem com intenções "acidentais", porque o meu sábio Tio, que na altura tinha ainda fresca a memória militar do seu tempo, deu a entender ao meu Pai que ele estava a exagerar e sugeriu que seguisse o ensino normal. Fui para o CPTV, vulgo Telescola, onde andei à porrada, durante dois anos, pelo menos duas vezes ao dia (em dias menos produtivos), sem uniformes nem pisos pavimentados, mas que alicerçaram amizades.

Fiquei tão triste por não poder ter a oportunidade de passar por um menino de bem, vestido de paquete de hotel e andar sempre metido em "arraiais de porrada" em pisos pavimentados.

Bem, mas voltando à entrevista do palhaço do Major General (bato a pala mas é o caralho!), este disse ainda que os agressores acidentais foram severamente punidos com 5 dias de suspensão. Mais uma gargalhada das boas eu dei!

Espera aí! Os putos rebentaram a tromba a crianças de 10 anos e ainda por cima vão de férias?
Foi nesta altura que comecei a afeiçoar-me ao Major General Passos (vai-te foder mais essa merda de bater a pala), ao mesmo tempo que subia pelas minhas vértebras lombares uma vontade incontrolável, de acidentalmente ter 16 anos, o senhor Major General 10, para que a sua "inteligentíssima" cabeça viesse acidentalmente - obviamente - bater nas minha fofinhas botas da tropa umas quantas dezenas de vezes.

Já não bastava o rol de piadas e o senhor Major General (vai para a puta que te pariu mais o bater da pala), ainda esmiúça humoristicamente a questão, lamentando-se do impacto psicológico que as réguadas que ele próprio levou na escola primária tiveram e que ainda hoje se reflectem na sua personalidade.

Chorei baba e ranho com pena do senhor Major General (devias era levar com o bater de pala no olho do cu). Coitado! Deve ter sofrido tanto! Já dizia o meu Avô: "Só se perderam as que caíram no chão!"

Investiguei o passado escolar do Major General Passos (mete o bater da pala no ilhós) e descobri que as réguadas que ele levou na escola primária só aconteceram porque a professora não tinha carta de condução.

Nota: O uso constante de vernáculo e a alusão sistemática à violência física serviu apenas para enquadrar este texto no contexto militar, que para quem não sabe, faz uso regular de ambas as práticas. Que fique claro que não sou asneirento nem violento, e que fui hospitalizado na passada semana devido a um acidente rodoviário.

2 comentários:

Alberto disse...

Sejas bem regressado.Li os últimos seis posts e cada vez fico mais baralhado. Que tipo de pessoa serás?
Rabos, homenagens póstumas, kamasutra, igreja, Saramago, Maitê Proença e por último este texto sobre violência, caralhada e acidentes rodoviários...nem sei o que dizer...mas quase todos os dias aqui passo para ver o que alucinação foi publicada.
Há algo que não consigo explicar e que, por uma lado me aproxima e por outro me faz pensar que estou a ler criações de um louco.

Cusco & Cusca disse...

Do fundo do meu coração (seja lá isso onde for!) agradeço os elogios.
Acho que definiste muito bem o tipo de pessoa que sou quando, num outro post, afirmaste estar na presença de alguém Multipolar. Na verdade, eu próprio me sinto assim!
Por tudo isso...obrigado.