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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A queda do Berliner Mauer e o crescimento de um curioso

Já lá vão vinte anos desde que a queda de um muro que, na altura, eu não percebia se dividia um país ou uma cidade. Vi e revi as imagens da alegria com que os "alemães" destruíam o muro. O mediatismo desse acontecimento, que a ingenuidade da puberdade me fazia crer ser um acto de vandalismo, contrastava com a alegria, a Perestroika, Glasnost e um senhor de aparência pachorrenta com uma mancha na careca a quem chamavam comunista e que dava beijos a homens. Chamava-se Mikhail Gorbatchev e foi o responsável pelo final da guerra fria, ladeada pela queda do muro de Berlim.
Naquela época, mesmo em Portugal, todos os muros públicos eram ainda montras do pré e do pós 25 de Abril, com mensagens de união, anarquia, antifascismo, etc. Quem já nessa altura tinha idade para memorizar informação, para além do cubo mágico e dos walkmans, vai recordar-se dos muros pintados com mensagens de conteúdo politico. Aliás, para os que tem o privilégio de viver na província ainda é possivel encontrar em alguns sítios paredes e muros que três décadas depois ainda exibem as mensagens politicas a que me refiro.
Voltando ao muro de Berlim, as minhas dúvidas eram tantas que no ano seguinte resolvi abdicar da disciplina de francês e escolher alemão como terceira disciplina de línguas.


Durante dois anos o fascínio pela língua alemã e pela história de opressão associada a este/s país/es foi aumentando, exponenciado pelas boas notas sem grande sacrifício. Devido à competência da professora, que não se limitou a ensinar-nos a pedir cerveja, salsichas com couve lombarda ou chucrute, os dois anos da disciplina de alemão foram de aprendizagem da língua alemã mas também de história das ideias politicas e todos os acontecimentos politico-sociais que marcaram a Europa no século passado.
Quando um docente não se limita a debitar conteúdos e tem gosto em satisfazer a curiosidade dos alunos, as aulas deixam se ser uma seca e passam a ser as horas de aulas aguardadas com maior ansiedade. Foi graças a ela que aos 15 anos percebi o quão importante foi "o acto de vandalismo" que derrubou o muro de Berlim.

4 comentários:

Alberto disse...

Não tenho feito comentários porque andei a tentar perceber definitivamente que tipo de pessoa está por detrás do Analfabeto.
Depois de ler e reler alguns textos, uns recentes e outros nem por isso, consegui descortinar no tipo de escrita um nível de sensibilidade emocional nada característica dos homens.
Também a forma exagerada e demasiado máscula como são expostas algumas situações me leva a aceditar que o Analfabeto para além de ser emocionalmente sensível e inteligente é uma mulher.
Li alguns posts em que a adjectivação é feita no género masculino, mas lendo mais atentamente verifico que a generalidade dos textos são propositadamente escritos num modelo unisexo.
O que aqui escrevo é mera especulação, mas é preferível que o Analfabeto seja uma mulher do que um louco multipolar que, inexplicavelmente, merece a minha admiração.

Anónimo disse...

Esse comentário vem mesmo a propósito do post sobre a queda do muro de Berlim.

Anónimo disse...

È impressão minha ou o Alberto vem aqui para tentar namorar.

Diogo Matos disse...

Eu próprio já me tinha questionado sobre o assunto, mas não me dei a esta trabalheira toda. Também houve um ou outro texto em que tive a sensação que o Analfabeto só pode ser uma mulher. Mas durmo bem na mesma se não for.
Alberto: Andas muito namoradeiro.