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terça-feira, 8 de setembro de 2009

O patriarca do clã Vieira

Nascido em 1934 em Vidago, Trás-os-Montes, João Vieira foi um dos fundadores, juntamente com René Bertholo, Lourdes Castro, Gonçalo Duarte, José Escada, Christo e Jan Voss, do grupo KWY.
João Vieira ingressou em 1951 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde frequentou os dois primeiros anos do curso de pintura.
Começou a expor em 1956, ano em que se ligou ao grupo do café Gelo, em Lisboa, quando partilhava um atelier por cima deste café com José Escada, René Bertholo e Gonçalo Duarte.
Os quatro, juntamente com Lourdes Castro, Christo e Jan Voss, fundam mais tarde o grupo KWY, em Paris.
Mas antes, em 1957, João Vieira parte para Paris onde é aluno de Henri Goetz na Académie de la Grande Chaumière. Na capital francesa, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalha com o pintor Arpad Szenes, marido da pintora Maria Helena Vieira da Silva.
A primeira exposição individual de João Vieira é feita em 1959 em Lisboa, na Galeria do Diário de Notícias.
Depois de outras passagens por Paris e ainda por Londres, onde em finais de 1964 lecciona no Maidstone College of Art, regressa a Lisboa em princípios de 1967 e começa a trabalhar quase exclusivamente como cenógrafo teatral.
A ligação ao teatro terá expressão nas artes plásticas, como é manifesto na sua primeira performance em simultâneo com a sua exposição O Espírito da Letra, realizadas na Galeria Judite Dacruz em 1970.
Ao longo dos anos 70, 80 e 90 realiza diversas exposições individuais e colectivas, entre asa quais a que a Centro Cultral de Belém dedicou ao grupo KWY em Abril de 2001. Nos últimos anos estava a preparar uma exposição individual para o edifício da Cordoaria Nacional.

In TSF online


João Vieira

João Vieira, pai do multifacetado Manuel João Vieira, faleceu no passado sábado aos 74 anos na sequência de complicações depois de uma cirurgia ao coração. Para a posteridade fica a sua vasta obra, que, tal como está convencionado por uma sociedade, também ela convencionada, será valorizada e reconhecida daqui a uns tempos. Quem tiver oportunidade, não espere pelo rebanho dos criticos e desfrute já.

1 comentário:

José Campos Loura disse...

Pena que grande parte dos portugueses não conheça a obra de João Vieira. Pode ser que a sua morte lhe traga o reconhecimento que merece.